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terça-feira, 15 de setembro de 2009

COCA-COLA BY ROBERTO CAVALLI




Estas garafas de Coca-Cola (Light) foram idealizadas pelo estilista Roberto Cavalli! Com uma edição limitada de 300.000 exemplares, elas serão vendidas neste inverno exclusivamente nos supermercados italianos.

Cavalli disse que foi muito divertido criar três "vestidos" para a feminina e sensual silhueta da Coca-Cola, o típico estilo Cavalli.

O CÓDIGO DO VESTIR



Eco declara que o vestuário é uma singular forma de comunicação e, embora sendo útil, principalmente, para cobertura corporal, "o que serve para cobrir (para proteger do calor ou do frio e para ocultar a nudez que a opinião pública considera vergonhosa) não supera os cinqüenta por cento do conjunto"(Eco 1989:7).
Tudo o mais, faz parte de uma mensagem simbólica, sobre o que somos ou pensamos, lançada a todos os que nos percebem. Mesmo vestidos da cabeça aos pés, o uso de roupas pode nos tornar perigosamente transparentes. Dessa maneira, o vestuário reflete os valores predominantes em determinada sociedade e, sob esse aspecto, pode ser considerado uma linguagem, cuja significação é compartilhada por uma cultura.
Expressando o modo de pensar dominante e os costumes de um tempo histórico, como signo coletivo de seus valores, as constantes transformações que sofre a moda são determinadas por reestruturações e reavaliações de padrões sociais.
Portanto, de certa forma o corpo encontra-se mergulhado em uma trama de relações de poder social e político que o dirigem e sujeitam, exigindo trabalhos e atitudes. Apesar disso, a partir do estudo dessas formas de dominação política, social e, mesmo, sexual ou ideológica, podemos encontrar o corpo lúdico, prazeroso, campo do desejo e da sedução, um espaço a ser interrogado em seus múltiplos significados e simbolizações.
Hoje o corpo é construído e modelado para causar admiração e ser cultuado. Prega-se, em função disso, liberdade total em relação a ele. A beleza e o erotismo passam a ter grande importância e a sexualidade determina o seu uso e gozo, tudo reduzindo a um valor de permuta.
Essa liberação do erótico, produzindo o mito de um corpo imortal e belo, prazerosamente consumido sem sofrer qualquer desgaste, pode re-enquadrar dentro das devidas proporções muitas das radicalizadas interdições medievais.
Mas é possível, por outro lado, que caminhe para uma vulgarização consumista, destruindo, talvez, parte da sedução ancestral que, por milênios, levou homens e mulheres a buscar formas de ornamentar e cobrir a pele. Ainda que, se por outro motivo não fosse, pretendessem vestir o corpo apenas em nome da expectativa e do prazer de exibi-lo em ocasião propícia...
MIRIAM COSTA MANSO MENDONÇA
Doutora em Ciências Sociais - Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP; Especialista em Arte-Educação pela UFG; Professora dos cursos de Graduação em Design de Moda e Mestrado em Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás; Vice-Diretora de FAV/UFG e Coordenadora do Curso de Design de Moda da FAV/UFG.